quarta-feira, 28 de agosto de 2013

FESTA NA ILHA DOS PESCADORES

"O mar não tá pra peixe! Toca pra terra."(Arquivo JRS)

Se aproximando de mais uma festa na Ilha dos Pescadores, encontro com o “Ostinho” (Washington de Jesus, filho de Tobias e Carminha) na correria: “Estou fazendo uma casa caiçara logo ali. É para ser um grande atrativo na Caiçarada”. “Que ótimo!”. Depois fico tentado a procurar algum texto para que mais gente saiba da origem, do alicerce da nossa Colônia dos Pescadores (Z10). A informação está no livro do Terceiro Centenário de Ubatuba (1937):

Cerca de 14 horas, realizou-se a cerimônia de inauguração da Feitoria de Pesca, dependência da Secretaria da Agricultura, que funciona em prédio próprio,especialmente construído, junto ao mar e ao lado da foz do chamado Rio Grande, local onde nos tempos antigos de Ubatuba ficava o “velho porto”.
Presentes estavam os senhores professor Teodorico de Oliveira, representando o senhor secretário da Agricultura; capitão de corveta Renato Guilhobel, comandante  do contra-torpedeiro “Maranhão”, representando o Ministério da Marinha...[...]
Formavam em frente ao prédio da Feitoria de Pesca, os alunos do Instituto de Pesca de Santos, com bandas de música e corneteiros que, ao iniciar-se a solenidade, tocaram o Hino Nacional.
Falou, então, referindo-se aos grandes benefícios que a Feitoria virá prestar aos pescadores de Ubatuba, o professor Teodorico de Oliveira, dizendo que o novo estabelecimento, além das vantagens que trará à própria população de Ubatuba, como meio de assistência, desde a conservação do pescado no frigorífico à colocação do produto nos mercados de consumo, tem ainda no seu programa, uma parte inteiramente destinada à instrução moral e material dos pescadores, principalmente com referência aos conhecimentos técnicos que todos deveriam ter sobre o assunto. [...]
  Falou nessa ocasião o professor Benedito Marques de Oliveira, que se referiu elogiosamente ao professor Teodorico de Oliveira, dizendo-o o idealizador e realizador da instalação daquela Feitoria, pelo que era merecedor, sem dúvida, da gratidão do povo de Ubatuba e dos aplausos de todos quanto desejam o engrandecimento da terra paulista.
Logo depois do ato inaugural da Feitoria de Pesca, os presentes dirigiram-se ao grupo escolar “Dr. Esteves da Silva”, onde se achava instalada a Exposição de Produtos Agrícolas e Industriais de Ubatuba, para a respectiva inauguração oficial. Esta foi feita pelo presidente da Câmara, sr. Edward Graça, falando em seu nome o sr. Ernesto de Oliveira Filho, diretor do grupo escolar.

É isso! Quantos pescadores sabem disso? E o que dizer, então, dos demais moradores de Ubatuba, sobretudo dos migrantes em busca da Terra Prometida? 

A Caiçarada, na sua oitava versão, não pode abrir mão de resgatar a memória de empreendimentos e de pessoas devotadas ao desenvolvimento do município e dos caiçaras. Onde poderia ocorrer uma exposição nos moldes daquela primeira, de 1937? 

       Em tempo:
       O que fazer para dar um fim nas propagandas que se inserem nas nossas páginas sem nenhuma autorização? 

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