sábado, 21 de março de 2020

O POVO DO ALTINO (III)

Primeira apresentação (Arquivo JRS)

Primeira apresentação (Arquivo JRS)


O povo de Altino é uma das minhas raízes! Os traços fisionômicos da Vó Matinha, do Tio Chico e de outros parentes não negam! Por isso a razão de me alimentar deste pensamento de respeitar e valorizar o ser índio, de estar com eles. Conforme um ditado, “o pensamento que você rega, cresce”.
Tio Chico e mano Mingo (Arquivo JRS)
Vó Martinha (Arquivo JRS)


Nisso que vou proseando, o espaço dos eventos se agita; as crianças do coral, ensaiado pelo Valdecir, fazem bonito. A plateia debaixo da tenda principal está repleta enquanto outros passam pelas barracas apreciando o lindo artesanato. Marcos Tupã esclarece a estrutura da aldeia, a distribuição das famílias e a importância do Festival Xondaro. Pelos corpos, pelas faces alegres, a pintura que contagia. De vez em quando avisto passando tranquilamente pioneiros e pioneiras. Parece que nada perturba esses parceiros e parceiras do valoroso Altino. Transparece viverem em outra dimensão. E lá se vão, naquela lentidão de seus passos, atravessando o mar dos mais jovens. Acho que estão em prece pelo momento em que vive a aldeia.
Velho guarani (Arquivo JRS)

Gerações diferentes, mesmo território (Arquivo JRS)

                Falei ao Marcos e ao Altino da importância de mais eventos assim, convidando mais gente, se dando a conhecer. É oportunidade que estreita os laços de solidariedade entre nós e fortalece a luta dos povos indígenas, da etnia guarani mbya: os pioneiros, que estavam aqui antes de qualquer povo europeu e que deram importantes contribuições ao nosso ser caiçara. Alguém duvida disso?

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