Natureza da minha Gal (Arquivo JRS) |
Meu cantor preferido (Arquivo JRS) |
E por falar em natureza, mais uma contribuição do saudoso
Mané Hilário mostrando o que era o espaço caiçara, no começo do século passado. É! Este mesmo que hoje está todo ocupado por casas, ruas, calçadas etc.!
Caçada da titia
Um dia, o meu avô, os meus tio,
foram trabalhar pro Antonio de Lima, pai do finado Tinoca,
o avô do Antonio Galvão, e saiu uma vara de porco no
quintal da casa deles lá. A minha tia, com uma mão-de-pilão, matou
dois. Um bocado entrou dentro do chiqueiro. Aí pegaram a gritar pra
ela entrar pra dentro senão o porco pegava ela. Porque o porco do mato é bravo,
né? Aí entrou pra dentro. Ela chegou na porta e tocou a corneta. Eles tavam
trabalhando pro um senhor na beira do rio. Vieram saber o que era e acharam o
estrago porque a porcada saiu no terrêro. Tinha doze preso num cercado que eles
tinham feito lá. Entraram no cercado. Ela fechô. Perdeu uma fornada de farinha
por causa da porcada. E eles vieram e mataram todos os doze porcos,
com dois ou três que ela tinha matado com a mão-de-pilão... E a minha tia
Olívia morreu com cento e doze anos. “Olivia, sai daí que o porco te mata, te
morde. Sai daí Olívia”. E ela: brau, brau, uóóó...Com a mão-de-pilão
matou dois. E eles então vieram e mataram doze que tavam preso num curral que
fizeram lá. Dividiram porco com aquela vizinhança tudo. Isso foi lá na olaria,
no meu terreno. Lá onde tem a escola [Dionísia, no Perequê-açu].
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