Grupo de Fandango (Arquivo JRS) |
João Alegre e Renato Teixeira (Arquivo Ubatuba Antigo) |
Eu
não sou bom em canto, nem instrumento toco, mas sempre gostei de apreciar a
minha gente cantando e embalando nossos momentos caiçaras com as “modas da
gente”. Acho que o meu filho Estevan e o
meu sobrinho Régis vão nessa direção. Que alegria!
Na
minha infância me encantava ouvindo o Maurício do Bonete, o Ondino e o João de Grilo
da Fortaleza, o Elias do Dário, o tio Maneco Armiro, o Doquinha da Ribeira, o
Zacarias Julião do Corcovado, a Rosinha e o Jovelino do Lázaro, o Galvão do
Centro e tantos outros. Numa ocasião, o cantor Renato Teixeira citava outros
caiçaras que exerceram influência no seu estilo musical. João Alegre e Chico Alves
estavam entre os que, na Praça da Matriz, encantavam o jovem Renato. Hoje, para
recordar o “Chico Arves”, o nosso
Francisco Alves da Silva, vai esta tontinha:
Companheiro
me ajude/ Que eu não posso cantar só.
Eu
sozinho canto bem/ Com você canto melhor.
Cadê
o meu companheiro/ Que me ajudava a cantar.
Decerto
ele já morreu/ Deus lhe dê um bom lugar.
Minha
camisa de folha/ Minha calça de cipó.
Eu
já vou tirar imbé/ Pra fazer meu paletó.
Paulino
era uma criança/ Tinha dezessete anos.
Que
pedi: Tome cuidado/ Por sua mãe não engano.
Eu
já fui passar por serra/ Para ver a santidade.
Só
nunca vi terra tão santa/ Gente com tanta maldade.
Tava
na beira do cais/ Quando meu bem se embarcou.
Foi
a prenda mais bonita/ Que a onda do mar levou.
Pescador
que vai à pesca/ Com anzol de alegria.
Bota
no peixe dourado/ No tombo da maresia.
Essa
casa tá bem feita/ Com a cruz na cumeeira.
Eu
saúdo o dono da casa/ E sua família inteira.
Lá
detrás daquele morro/ Tem carvão, muita faísca.
Peguei
te querer do bem/ logo na primeira vista.
(Recolhida por Marcus Pereira, em
1973)
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