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Procissão marítima (Arquivo JRS) |
É emocionante ver os pescadores, suas famílias e amigos se empenhando para fazer uma apresentação legal, que dá prazer ver e aplaudir. É uma tradição da nossa cidade (Ubatuba), desde quando a população praticamente era só de fiéis católicos, devido à colonização portuguesa. Foram os antigos caiçaras que escolheram Pedro, um dos seguidores de Cristo de acordo com a tradição, como padroeiro dos pescadores. "Pedro era pescador no mar da Galileia". A procissão marítima faz parte da religiosidade caiçara do nosso município e enriquece o nosso folclore, constituindo um importante evento turístico.
Religião faz parte da cultura humana. Gosto da definição de cultura - e de seus complementos! - dada por Rubem Alves: "A cultura é o nome que se dá a esses mundos que os homens imaginam e constroem". Isto reforça a minha crença de que "não existe cultura sem educação. Cada pessoa que se aproxima de uma criança e com ela fala, conta histórias, canta canções, faz gestos, estimula, aplaude, ri, repreende, ameaça, é um professor que lhe descreve esse mundo inventado, substituindo, assim, a voz da sabedoria do corpo, pois nos umbrais do mundo humano ela cessa de falar".
A voz da cultura nas diversas manifestações (pesquisas, técnicas, músicas, expressões religiosas, artes etc.) ajuda a entender os nossos desejos. "A sugestão que nos vem da psicanálise é de que o homem faz cultura a fim de criar os objetos de seu desejo (...). Há situações em que ele pode plantar jardins e colher flores. Há outras situações, entretanto, de impotência em que os objetos do amor só existem por meio da magia da imaginação e do poder milagroso da palavra". E nasce a religião... E nascem as inumeráveis tendências religiosas... E continuam nascendo as infinitas denominações de igrejas... E continuam atitudes fanáticas negando que tudo isso é nossa criação, é cultura humana! Assim, dentro da lógica capitalista, os homens vão se dividindo ainda mais, sendo facilmente dominados, caindo na rede que, privilegiando pouquíssimos, leva o mundo (a humanidade) para o fim de tudo mais rapidamente.
Hoje, estou pensando naqueles pescadores que deixam de aproveitar uma data na cultura local por estarem aprisionados a uma rede de símbolos e de significados. "A minha igreja condena isso". Vejo pescadores perdendo oportunidades de alavancar a sua profissão, deixando de fomentar o turismo dentro das características do lugar onde eles se encontram, nesse meio ambiente fantástico! Pobres coitados que não percebem que "coisas e gestos se tornam religiosos quando os homens os batizam como tais". Ainda bem que, neste ano, o número de barcos aumentou nesta manifestação cultural denominada procissão marítima! Também achei legal um grupo, remadores em pranchas, acompanhando os barcos no trajeto. Tenho certeza de que essas imagens são atrativos turísticos, dão contribuição à identidade do nosso lugar!
Enfim, esse sentimento religioso pode ser positivo se criar espaços de socialização, de solidariedade entre as pessoas. Mas eu sou daqueles que preferem a nossa razão construindo diques contra o caos conduzido por modelos econômicos de exploração e destruição de vidas, da Terra. Pobre do discurso religioso totalmente alienante! Pobre dos pobres enredados nesse tresmalho!
Religião faz parte da cultura humana. Gosto da definição de cultura - e de seus complementos! - dada por Rubem Alves: "A cultura é o nome que se dá a esses mundos que os homens imaginam e constroem". Isto reforça a minha crença de que "não existe cultura sem educação. Cada pessoa que se aproxima de uma criança e com ela fala, conta histórias, canta canções, faz gestos, estimula, aplaude, ri, repreende, ameaça, é um professor que lhe descreve esse mundo inventado, substituindo, assim, a voz da sabedoria do corpo, pois nos umbrais do mundo humano ela cessa de falar".
A voz da cultura nas diversas manifestações (pesquisas, técnicas, músicas, expressões religiosas, artes etc.) ajuda a entender os nossos desejos. "A sugestão que nos vem da psicanálise é de que o homem faz cultura a fim de criar os objetos de seu desejo (...). Há situações em que ele pode plantar jardins e colher flores. Há outras situações, entretanto, de impotência em que os objetos do amor só existem por meio da magia da imaginação e do poder milagroso da palavra". E nasce a religião... E nascem as inumeráveis tendências religiosas... E continuam nascendo as infinitas denominações de igrejas... E continuam atitudes fanáticas negando que tudo isso é nossa criação, é cultura humana! Assim, dentro da lógica capitalista, os homens vão se dividindo ainda mais, sendo facilmente dominados, caindo na rede que, privilegiando pouquíssimos, leva o mundo (a humanidade) para o fim de tudo mais rapidamente.
Hoje, estou pensando naqueles pescadores que deixam de aproveitar uma data na cultura local por estarem aprisionados a uma rede de símbolos e de significados. "A minha igreja condena isso". Vejo pescadores perdendo oportunidades de alavancar a sua profissão, deixando de fomentar o turismo dentro das características do lugar onde eles se encontram, nesse meio ambiente fantástico! Pobres coitados que não percebem que "coisas e gestos se tornam religiosos quando os homens os batizam como tais". Ainda bem que, neste ano, o número de barcos aumentou nesta manifestação cultural denominada procissão marítima! Também achei legal um grupo, remadores em pranchas, acompanhando os barcos no trajeto. Tenho certeza de que essas imagens são atrativos turísticos, dão contribuição à identidade do nosso lugar!
Enfim, esse sentimento religioso pode ser positivo se criar espaços de socialização, de solidariedade entre as pessoas. Mas eu sou daqueles que preferem a nossa razão construindo diques contra o caos conduzido por modelos econômicos de exploração e destruição de vidas, da Terra. Pobre do discurso religioso totalmente alienante! Pobre dos pobres enredados nesse tresmalho!