Às margens do Rio Maranduba (Arquivo Clayton Oliveira) |
Minha
mãe, nascida na Praia da Fortaleza, ainda bem jovem foi trabalhar no Hotel
Picaré, na boca da barra da Maranduba, perto da casa do Chico Romão. Meu pai,
natural da Caçandoca, andava por ali querendo namorar alguém. As moças que
trabalhavam no Picaré eram atraentes. Assim papai e mamãe se encontraram e nós
viemos ao mundo. Agora eles se foram e nós continuamos a história.
O
Hotel Picaré, pelo que ouvi da mamãe, era da segunda metade da década de 1950,
depois que passou a estrada Caraguá – Ubatuba. Foi o primeiro da região,
recebeu muita gente e gerou empregos, sobretudo às jovens caiçaras.
Além
da mamãe, o Clayton afirmou que a mãe dele, a Maria, também trabalhou. “Não tá acreditando? Então veja esta
fotografia: a negra é a Marciana, filha do Caliano da Caçandoca, a minha mãe é
a outra moça. O rapaz não sei quem é. A menina é a Aurora ‘Lela’, filha da sua
tia Tereza Lopes. Ah! É a mãe do Arnaldo, que trabalha de carteiro!”.
Agora, para
acrescentar: o hotel ficava num lugar estratégico, perto do porto da balsa. Não
sabia disso, que nos largos rios de Ubatuba, no tempo dos Caminhos de Servidão,
havia a pessoa que exercia a função de balseiro?
Em
uma canoa de porte médio, o balseiro estava de prontidão para transladar os
caminhantes e sua cargas de uma margem para a outra. Era uma função muito
importante. Até recentemente, a prefeitura mantinha um funcionário nessa função
na confluência dos rios Puruba e Quiririm, fosse para conduzir ao caminho da
Justa ou para ir até a praia. Agora o serviço é feito por um particular,
mediante pagamento.
O Hotel Picaré era de meu tio-avô e passei parte de minha infância nele entre as décadas de 50 a 70.
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