Festa do Escrafunchando no lagamá. (Arquivo JRS) |
Mamãe e papai nasceram pobres e
morreram pobres neste território caiçara de Ubatuba. Ela, bem simples, cultivou o que foi possível em nossas
condutas a partir das palavras e dos atos. “Como
gostava de falar, de repetir coisas a nossa mãe! Ela foi o “nosso esteio principal, a força do nosso lar”.
Ninguém nunca duvidou disso.
Numa ocasião, estando trabalhando
como faxineira na “Escola Anchieta”, em época assim de final de ano, apareceu o
sentimento de confraternização. Logo organizaram tudo; ali mesmo no pátio seria
o almoço. Parecia que todos estavam muito bem, se esforçando nos sorrisos
largos para qualquer um. Ela, no dia escolhido, desde cedo com outras duas
colegas, preparavam o local. Duas mesas, a pedido de quem mandava mais, foram
montadas: uma se destacava “desde a
toalha escolhida até os pratos chiques”. Segundo Dona Laurentina, “os funcionários do pesado deveriam ficar na mesa mais pobre de tudo”. Por
volta das 12 horas todos estavam a postos para avançar com gulodice, como se
não tivessem outras oportunidades diante de tais iguarias. Naquele momento, de
acordo com a Odete, uma das colegas da mamãe, “a Dona 'Laura' procurou a chefe e disse que confraternização que começava
com duas mesas separadas sob um mesmo teto não era confraternização. E foi
embora com a desculpa que deixara um tanque cheio de roupa para lavar”.
Assim, para que nossas
confraternizações sejam autênticas confraternizações, desejo a todos, que tenham uma grande dose de humanidade, de
sentido de justiça e de verdade. Que o nosso amor pelo conhecimento e pela
humanidade seja transformado em fatos concretos, em atos que sirvam de exemplo para
mobilizar mais gente em busca de uma sociedade melhor.
Feliz Natal!
Feliz 2016 para todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário