A minha amiga Maria Cruz me conhece desde pequeno. A casa em que nasci era bem próxima da sua, na Praia do Sapê. É onde ela mora até hoje. O seu texto anterior é um dos mais visitados no blog. Sedento de mais coisa dessa pessoa tão caiçara, reclamei e fui atendido. Um abraço, Maria. Até breve.
Hoje, 25 de dezembro de 2015.
Quantas coisas vemos e ouvimos nestes
tempos cabeludos!? “Não posso comprar presentes pra minha família e nem
fazer a ceia, perdi meu emprego e não há dinheiro para as compras de
natal”.
Eu me lembro de minha infância. Nossas
famílias não tinham emprego. Vivíamos do que a roça ou
no mar nos possibilitava, ou da “graça de Deus”, como muitos diziam
e chegamos até aqui. Que diferença de hoje! Sabíamos do dia de Natal
porque éramos católicos e era uma data santa.
Não me lembro de ter ganhado presente
nesta data. Não havia essa cultura criada pelas TVs.
Nunca vi árvore de natal na minha casa
ou na de meus parentes. Ceia de natal... o que era isso naquele tempo?
Nunca vi. ( Até hoje é assim na minha casa ,sou antiga demais pra mudar e
não vejo por quê mudar) . Havia uma nuvem de beleza a cobrir esse
dia. Rezava-se na nossa capelinha, comíamos nossa comidinha de sempre e
havia amor no ar, nas casas. O canto noite feliz, que até hoje me
emociona, lembra minha infância.
O que é natal hoje? Papai Noel, passeios,
celulares dos caros, barato não vale, joias, roupas ,
etc. Jesus um dia escorraçou os vendilhões do templo.
O Natal está dentro de nós, não no
exterior, todos os dias, e não no que damos ou ganhamos, onde só fica o objeto
e se volatiza pouco depois aquele “parecer” de espírito
natalino.
Muitas vezes, somente a troca de
presentes, o carinho, o amor e paz do Cristo nascido, nada. É
que falamos e não vivemos . Afoga-se o natal em bebidas e comidas. “Feliz
natal”, como um jargão, já meio grogue , empunhando um copo .
Precisamos tanto dos ensinamentos de
Jesus. O distanciamento do singelo e do santo é tão grande na vida de hoje!
Recolho-me á minha pequenez e
vejo aquela paz ainda , talvez com outros valores para
muitos , mas pra mim com um significado diário, que presente nenhum paga.
Fujo dos cumprimentos efusivos. As
pessoas me olham diferente porque sou assim, entretanto, vejo a
beleza da vida, que cabe em todos, e me emociono todos os
dias.
Que beleza ouvir alguém falar sobre a simplicidade da vida. Compartilho da visão da Maria, não faço ceia de Natal, não compro presentes e não comemoro efusivamente. Costumo me recolher, comer o trivial...bem pouco mesmo, sossegar o ambiente, sentir a paz. Não sou religiosa, mas ano após ano faço uma prece para que a humanidade possa transformar a energia da vida em consciência, que a verdade possa prevalecer sobre a mentira e não sob ela, e que possamos de fato construir e viver um bem maior.
ResponderExcluirObrigada José Ronaldo por compartilhar o que é essencial para a vida!!
A vida é simples,né amiga? Um abração a você, ao Gérson e aos demais da família. Muita paz e felicidades. Até.
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