Ao ler o que a minha amiga Liih Figueiró escreveu do tempo da sua infância na Praia da Enseada, também me recordei desse tempo, do Nequinho e das suas crianças catando sapinhauá, indo para a costeira pescar e trabalhando nas obras. A coincidência é que, nesta semana, encontrei o seu irmão e a mãe. Estavam voltando de Caraguatatuba. Que gostoso se encontrar nos textos dos outros! Agradeço a ela por isso.
Quando eramos crianças na praia da Enseada, era tudo tão lindo e mágico. Papai contava causos e histórias de antigamente, do tempo da lamparina a querosene e do peixe seco, escalado em cima da casa e coisas da guerra também.
Corríamos na praia e banhávamos no mar azul, pescávamos e comíamos tudo fresquinho (siri,guaia, vôngoli, pindá, preguaí entre tantos outros). A chegada da canoa do "cerco" do primo Eduardinho, aquele da peixaria, para nós era tudo, corríamos recepcionar os pescadores, entre eles meu tio Heitor, avô do Rogério Ferreira.
Nessa frenética alegria que nos causava, crescíamos tendo o melhor pescado, frutas, essas que apanhávamos no pé (cacau, banana, jambolão, jabuticaba, carambola). Esta última, outro dia, um cidadão estava vendendo no calçadão, até ri quando perguntei o preço, pois era R$ 7,00 o quilo e pra nós caiçaras era tudo ali na mão sem precisar pagar.
Na Enseada tinha um pé de cravo da Índia, centenário, acho que pra mais de 250 anos. Meu pai era construtor. Construiu 99 casas em Ubatuba, mas alegria dele era quando pegava o velho samburá e ia pra ponta grossa, ferrar uma garoupa pra comer num azul marinho no domingo... É vivíamos assim como um todo e para poucos, porque ser caiçara é simplesmente presente de Deus.
(Por: Liih Figueiró).
Ola Amigo muito bom seu blog.
ResponderExcluirTenho uma pagina no Facebook que se chama coisas de caiçara e gostaria de saber se posso postar alguns de seus contos
Temos que lutar para manter a cultura do Caiçara,suas comidas,festas,crenças,causos e tipos de pesca
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