domingo, 3 de março de 2013

ATÉ TU, TATU?



Barreamento da casa do Zé Rita - Década de 1970.  (Arquivo Mendonça)

Em casa e na escola, logo que me entendi por gente, aprendi as primeiras rimas. 
O meu avô assim combinava palavras e sons que o engrandeciam:

José Armiro
Alves de Lima
Flor das moças
Alecrim das meninas. 

Em outras ocasiões parodiava músicas conhecidas. Exemplo:

O rio de Piracicaba

No meio faz um remanso.
Na perna que tem coceira,
A unha não tem descanso.

  Da mamãe, diante de uma “ofensa silenciosa” em sinal de banana ( um braço dobrado -“L”-  com o punho fechado na parte de dentro do cotovelo), respondia de forma bem declamada:

Banana verde não se dá;
Põe no c... pra madurar.
 
Para outras mais  não faltará ocasiões.

Admiro os poetas porque eles dizem, numa forma especial, em poucas linhas, aquilo que gastamos tanto tempo para dizer, ainda que de forma incompleta. Eles garimpam palavras, lapidam sentimentos de coisas aparentemente tão simples.

Depois de ter publicado o MARIMBONDO-TATU de Júlio, hoje  recebi a recompensa da poesia do Jorge Ivam. 

 Olá, Zé. 

Veja este poeminha inspirado no seu texto:


        Vespeiro



Marimbondo-tatu

Não constrói em ramagem,

Seleciona um tronco

E molda tatuagem.



Seu ninho mimetiza

Tatu subindo em planta

E faz isso tão bem

Que o caçador se espanta:



“Tatu trepando em árvore

Quem que já encontrou?”

      Pergunta duvidando

  Do alvo que ele mirou.



Ingênuo caçador,

Há farsa em toda parte.

Para sobreviver,

Até vespa tem arte.   

            JIF 01/03/13



Um abraço.

                                        Jorge

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