Pedro Cabral Barbosa - Arquivo Vanessa |
Dias desses me deparei com uma linda
imagem do saudoso Pedro Cabral, o Seo Pedro da minha infância na praia do
Perequê-mirim, nos idos de 1970. Desde aquele tempo eu adorava me achegar perto dos mais velhos,
escutar seus causos e dar risadas com a espiritualidade caiçara (religiosidade,
técnicas, humor, sabedoria antiga etc.). Quem a compartilhou foi Vanessa, sua
neta. “Mas quem é essa Vanessa?”.
Logo li: filha da Nely. “Ah! É aquela
menina que apenas vi quando criança, de pele rosada, sempre bem vestida.
Lindinha mesmo!”. Então escrevi pedindo licença para reproduzir o texto e a
imagem. Voltei no tempo, naquela rua escondidinha, ali no jundu, onde moravam
Dona Ana e Seo Pedro. Vamos ao texto da Vanessa que auxilia na compreensão da
imagem postada:
Janeiro 1974. Perequê-Mirim. Rua Projetada
sem saída. Na foto meu vô Pedro Cabral Barbosa sentado na frente da casa
construída por ele mesmo. Nascido aos 5/out/1903, casou com minha vó Ana
Henrique de Jesus (27/fev/1907) em 13 de Agosto de 1927. Ambos nascidos em
Ubatuba, viveram a vida toda no mesmo bairro. Colonizaram o Perequê Mirim. Tiraram
o sustento da pesca, da roça de mandioca, da plantação de banana, da criação de
cabra. Meu vô foi também dono do armazém. Criaram os 11 filhos: (em ordem da
mais velha p a caçula): Iracema (tia Cema), Miguel, Aurora (Lolinha), Maria
(Mariquinha), Eunice (tia Nicinha), Aristides, Nilo, Izabel (tia Bezinha),
Jurema, João (tio Jango) e Nely (minha mãe). Quando a gente sabe de onde vem,
fica mais fácil de entender como a gente é.
Dos filhos citados, estão vivos o meu
tio Jango, minha tia Lolinha (mãe do Richardão) e minha mãe Nely. Ela tem o
álbum da família e achei por bem postar todas as fotos com as histórias que
minha mãe lembra. (Pode ter certeza que eu aguardo ansioso por isto).
Cultivar a memória é se manter forte. Kaká Werá escreveu isto: “Uma memória pode ser conscientemente
trazida para nos oferecer parâmetros e referências na meditação sobre o
presente e na abertura de futuro próspero”. Está dentro de um provérbio
africano: “Quem não sabe de onde veio não
sabe para onde vai”. Me recordar
do Seo Pedro e da Dona Ana é se manter ao fio da minha origem, é querer evoluir
em consciência e humanidade. É crescer na cultura caiçara!
Eu
tive o privilégio de conhecer, de admirar essa família Cabral Barbosa. Tenho a
honra de manter a amizade com a maioria dos descendentes desse casal
(Ana/Pedro). Já escrevi a respeito de alguns deles em outros textos. Por isso estou feliz por
ter reencontrado a Vanessa. É claro que pode me indicar para a equipe de
podcast “Rádio Novelo Apresenta”! Gratidão mesmo!
Aguardarei ansioso pelas memórias que serão compartilhadas. Obrigado, Zé por dividir conosco momentos e vivências importantes para outros, mas que quase sempre nos identificamos com algo. Vitórias, amigo!🖖
ResponderExcluirGrande Napoleão! Eu me alegro por tê-lo como leitor. Abração.
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