segunda-feira, 17 de outubro de 2022

O FASCISMO NÃO É IMAGINÁRIO


 

"Filó" - Arquivo JRS

      O título deste era a mensagem na lousa, na intenção de servir à reflexão daqueles trabalhadores da educação. Lamentavelmente ainda temos a infelicidade de nos depararmos, também no espaço escolar, com adoradores dessa onda fascista que transbordou das profundezas pútridas.

 

     Quando uma jovem estudante questionou escandalizada sobre determinados professores que, perante a sala de aula, se declararam apoiadores do Excrementíssimo, da extrema-direita, tive de revelar um dado de pesquisa sociológica (de 2015): “70% dos professores, depois que se formam, não leem um livro por ano”. Medonho? Medonho!

 

    Quem diz que esse retrocesso não é imaginário é a antropóloga Adriana Abreu Magalhães Dias, da Unicamp. Observando o ódio é o título da tese de doutorado, resultado de muitos anos de pesquisa. Assustador é saber que grupos neonazistas crescem 270% em três anos. O temor maior é que essa atuação online transborde, se converta em ataques violentos. Ah! Não vou falar mais! Em vez de ficar destilando ódio incutido via redes sociais, dizendo bobagens a quem faz jus ao título de Servidores da Educação, que esses “cabeças gordas” estudem, leiam textos acadêmicos, adquiram conhecimentos mais próximos da verdade, e, quem sabe, despertem para a sabedoria. É o cúmulo escutar professores reproduzindo mentiras, sendo “tiozões do zap”, falando mal do Mestre Paulo Freire porque não desejam uma educação libertadora. Gente assim, alienada, não sabe que existe uma articulação internacional da extrema-direita, sendo o Bozo somente uma “mula” no esquema. É esta mula que montou uma estrutura e arregimentou o gado para aplaudir medidas como cem anos de sigilo, orçamento secreto, destruição ambiental etc. Desse inominável é a afirmação de que "pobre só serve para votar".

 

    Lógico que as leis contra discursos de ódio não devem ser aprovadas sob tal desgoverno! Desse modo, o Brasil se tornou pária no cenário internacional  - que prefere a civilidade em vez da barbárie. Por isso as práticas abomináveis se alastram sob o manto nazifascista. Segundo o estudo, existem pelo menos 530 núcleos extremistas no nosso país, num crescimento de 270,6% entre janeiro de 2019 a maio de 2021. Afirma a autora: “Eles começam sempre com o masculinismo, ou seja, têm ódio ao feminino e, por isso, uma masculinidade tóxica. Eles cultivam o antissemitismo, eles têm ódio a negros, a LGBTQIAP+, a nordestinos, a imigrantes...Negam o holocausto”.

 

    Mas esses “seres educadores” sabem o que significa fascismo? Explica para essa gente, Márcia Tiburi: “É uma política de extermínio de pobres, negros, pessoas com deficiências físicas ou mentais, judeus, ‘comunistas’, ciganos, artistas, intelectuais e quem mais atrapalhar a essa evolução desse delírio de poder”. Ou seja, existe professor/professora que optou por uma ideologia de exclusão dos mais fragilizados, das minorias sociais. Nesta direção seguem suas lições contraditórias, pois é certo que dependem dos pobres para suas “honrosas gratificações governamentais”. Só não posso reconhecer isso como sabedoria. Resumindo: o fascismo não é imaginário. Ele é real sim!


 Faço questão de acrescentar o comentário do amigo e professor Jorge Ivam: 

 É muito triste tudo isso, Zé! Professores repetindo asneiras com arrogância, achando-se sábios! Esses defensores do inominável são os mesmos que ficaram a favor da reforma da previdência, da flexibilização das leis trabalhistas e propagam o empreendedorismo porque não percebem que se trata duma estratégia do capitalismo para o cidadão se conformar com a pouca oferta de emprego e culpar a si mesmo por sua miséria em vez de se engajar na luta contra a desigualdade social e, portanto, contra esse sistema podre.

 

 

Um comentário:

  1. É muito triste tudo isso, Zé! Professores repetindo asneiras com arrogância, achando-se sábios! Esses defensores do inominável são os mesmos que ficaram a favor da reforma da previdência, da flexibilização das leis trabalhistas e propagam o empreendedorismo porque não percebem que se trata duma estratégia do capitalismo para o cidadão se conformar com a pouca oferta de emprego e culpar a si mesmo por sua miséria em vez de se engajar na luta contra a desigualdade social e, portanto, contra esse sistema podre.

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