Bom é passear, andar por aí, se
inteirar de outros costumes, apreciar locais onde a natureza pode até ser um
pouco diferente daquela à qual estamos acostumados, saborear outras delícias
culinárias, adquirir obras artesanais singulares, prestigiar outros aspectos
culturais etc. Eu topo sempre!
Tempos desses, aproveitando um dia
maravilhoso, eu e a esposa fomos até Pindamonhangaba conhecer a Fazenda Nova
Gokula, na verdade, um território religioso dos hare krshina. Vamos dizer que
se respira um pouco do misticismo indiano naquele espaço. Logo fui gostando do
caminho, quando avistei casas simples mostrando o jeito simples da gente dali.
Ao redor da via de alguns quilômetros, uma mata agradável, um rio atravessando
um campo onde de vez em quando se avistava uma rês. Pensei: “lugar bom
de se viver”. Por fim, vencido um bom trecho de árvores maiores,
atravessamos a ponte e a entrada do lugar tão esperado. O carro ficou no
estacionamento. Ali um templo, acolá uns pontos comerciais. Com uma fome
considerável, fomos primeiro no restaurante vegetariano com iguarias diferentes
e uma decoração essencial, tradicional da filosofia indiana, ou melhor dizendo:
de uma pequena mostra da grande diversidade desse país tão distante.
Agora, faço questão de citar um
pequeno trecho do Discurso da Servidão Voluntária, obra de Etienne de la
Boétie, um pensador europeu que viveu entre os anos de 1530 e 1563:
“Nossa natureza é de tal modo feita
que os deveres comuns da amizade levam uma boa parte do curso de nossa vida; é
razoável amar a virtude, estimar os belos feitos, reconhecer o bem de onde o
recebemos, e muitas vezes diminuir nosso bem-estar para aumentar a honra e a
vantagem daquele que se ama e que o merece.”
A Nova Gokula, embalada pela mística
de gurus formada ao longo de um longo tempo, oferece essa natureza, ensina-nos
a se cultivar para ser virtuoso e demonstra ser perfeitamente possível tornar
realidade as nossas melhores imaginações. Uma paz marcou as horas que ali
passamos. A excelência das riquezas naturais e as belezas produzidas por mãos e
mentes talentosas faz-nos viver mais pelo nosso amor. Que seja amor para todos!
E, terminando por aqui, após uma vivência dessas, no espírito de Che Guevara
ouso: “sejamos o pesadelo dos que querem roubar nossos sonhos”.
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