Fui novamente ao Festival de Inverno de Campos do Jordão. Maravilhoso! Nenhuma família deveria deixar de apreciar músicas tão bem executadas! Ao passar pela placa da estrada indicando Renópolis, lembrei-me da Dona Hamako, da Mirtes e do pessoal dela. Foi onde eles cresceram. "Era um tempo muito bom!. A nossa casa foi construída com muito esforço pelos meus pais. No fim do dia, papai tirava as roupas e entrava no ofurô na maior paz". Assim me resumiu a estimada Mirtes (Harumi Honda). Por isso, publico outra lembrança, do Caderno de Hamako:
A
nossa casa era feita de tábuas. Meu pai ia no mato procurar a madeira mais dura
para fazer as tábuas. Ele media no comprimento certo para cortar, depois
colocava no cavalete mais alto do que a gente, deixando bem firme a madeira.
Uma pessoa ficava em cima e outra ficava em baixo. O serrote era bem grande:
era um traçador, tinha mais ou menos dois metros de comprimento. O telhado da
nossa casa também era de madeira.
A tábua comum da parede se chama ita, do
telhado se chama maça, na medida de 50 centímetros por 15 centímetros de
largura. Para pregar a maça, meu pai colocava um monte de pregos na boca, para
ficar mais fácil e rápido o trabalho. Tinha dia que meu pai trazia porção de
manjuba para comer. O que sobrava era salgado para secar. Era colocado no
telhado de maça. Eu subia lá em cima da casa para virar a manjuba. À tarde era
para guardar numa cesta. Secava mais ou menos dois dias e estava pronto para
fritar, para comer.
Tinha
um senhor, amigo do meu pai, que comia tudo: rabo, cabeça... Depois falava que
não tinha comido nada. Era para brincar com a gente.
Deliciosas lembranças meu amigo! Renopolis, lembro bem da minha infância saltitante entre as matas. Do meu pai a tocar gaita, nas noites estreladas, após banho de ofurô que ficava no quintal, ao céu aberto. Mais romântico... rs. Das inesquecíveis histórias da dona Hamako!
ResponderExcluirMe emocionei na sua narrativa, amiga. Por isso me recordei ao passar na estrada.
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