Entre a serra e o mar está o caiçara (Arquivo JRS) |
Hoje é aniversário do blog. Há exatamente cinco anos, por incentivo da minha esposa, resolvi editar alguns textos em torno da cultura caiçara. Parece que muita gente gostou; mais de cento e sete mil acessos comprovam isso
Uma das características do ser caiçara é brincar com tudo, mas de maneira a revelar a seriedade que está na brincadeira. Por isso, nesta data especial, convidei o amigo Júlio, aniversariante recente, carnavalesco, folclorista etc. para dar a graça do nosso ser irreverente.
Parece
que um pedaço lá da Lua, caiu na minha rua. Pois é!
A
buraqueira que abunda é tão grande que o calo em minha bunda, abunda. Sim!
Abunda o calo na bunda de quem anda de bicicleta, de carroça, de charrete e
similar.
Eu
já parei de andar de bicicleta, porque a minha bunda já não aguenta mais.
Faz
muito tempo que não levo uma pancada na cabeça, daquelas, em que na hora forma
um “galo” e que para tirá-lo, na hora, tem que colocar a face chata de uma
faca, colher ou, mais eficaz até, o gelo, para abaixar e tirar a dor da
saliência.
Quem
que criou essa história de “galo”, que se forma na cabeça quando se leva um
croque, um cascudo, uma bancada? Não sei! Eu sei que na hora da pancada,
ouve-se um canto: aaaaaiiii!
Conforme
estava dizendo, faz tempo que não tenho um “galo” em minha cabeça! Coitado do
galo, cansado de esperar e já com as cordadas vocais entrando em estado de
retração; ora veja, desceu do patamar, melhor dizendo, foi pra bunda, bunda
que mesma macia, carnuda, almofadada, transformou-se em calo, devido os
trancos, socos, que se toma no selim de uma bike; com isso, a bunda
transforma-se em paraíso perfeito para um “galo” desse tipo.
Tem
buraco aqui, tem buraco lá, tem em todo lugar; tô me sentindo tatu, guaroçá,
guaiamu, corrupto...
O
pior de tudo é que tá todo mundo caindo no buraco, se enganando com a promessa
que o buraco vai acabar. O candidato faz promessa sem parar, de acabar com abundância de buraco que abunda pelas ruas.
Será? De qualquer forma, pra essa situação, eu fico na esperança de
enxergar uma luz no fim do buraco, e grito: - Oooooba, minha bunda vai sarar!
Só
terei pena do “galo” que terá que voltar pra cabeça ou arranjar outro lugar
para cantar.
Julinho Mendes
Julinho Mendes
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