Nesta época, dezembro, o guanandi, uma grande árvore da várzea, está florido. Infelizmente são poucos que teimam em existir. O motivo? Estavam nas áreas que hoje viraram loteamentos e estão povoados por, principalmente, casas de veraneio.
Essa espécie tão frondosa, de madeira vermelha e singelas flores brancas, não suportam um mínimo de aterramento em sua base. Isto quer dizer, de acordo com o papai, que não se pode encostar nem trinta centímetros em suas raízes. É morte quase instantânea.
Isso que estou contando eu testemunhei “com estes olhos que a terra há de comer”. No começo da rua Taubaté, há menos de cem metros, havia um guanandi que se destacava. Onde ela imperava, hoje está uma loja que negocia com minerais. Bastou um mínimo de aterro para que a gigantesca árvore secasse. Depois as ferramentas dos homens fizeram o resto.
O meu primeiro contato com o guanandi e com a sua maravilhosa madeira foi através de um remo. Era do finado Oliveira Quintino, da praia da Ponta Aguda. Os seus descendentes devem preservá-lo. Impressionante! O vermelho da madeira, ao ser molhado, tornava-se igual a uma brasa viva.
As lembranças também servem para isto: escrever sobre o nosso lugar, descrever as espécies que “cedem” suas vidas para nós etc.
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