Mané Hilário: Na casa do Mané Gerardino aconteceu a mesma coisa. Uma dança no sertão do Taquará: foram dançá uma dança de São Gonçalo e... o São Gonçalo tinha quebrado o pescocinho, né? Então fizero uma cola de angu de farinha, botava no santo e colocaram no artá, na mesa. Então, conforme o pessoa dançava, o santinho fazia assim [mostra o balanço da cabeça]. O Mané Gerardino já tava meio sapecado, então chegou e falou: “Também tá dançando, seu safado?”. O pessoá morreu de dá risada. Aí que tá o negócio! E o pessoá, com aquela fé que tinha em Deus, achava que aquilo ali era um milagre. E todo mundo guardava no coração. Hoje ninguém aceita mais nem Deus, nem imagem, nem nada. Tá tudo... revirou tudo numa só. Se os filhos tivessem, em Deus, esperança, respeito em Deus, não andavam de revólver matando um ao outro, né? Não andavam roubando, não andando fazendo anarquia nenhuma. E naquele tempo não havia nada disso; tudo mundo arrespeitava. Respeitava e todo mundo vivia bem, todo mundo vivia em paz. Hoje ninguém vive mais sossegado. As brigas ficavam por nada mesmo, não havia nada. A polícia ia tomar as providências, e: “Olha, se você for continuar fazendo de novo, você vai preso e vai fazê faxina lá na delegacia”. E nisso se acabava. Só quando havia morte, então, aí...
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