Caveira - Obra do Mestre Bigode |
Entre 1750 e 1807, a Inglaterra, o maior de
todos os fornecedores bélicos, teria embarcado para a África mais de 22 milhões
de toneladas de pólvora, média de 384 mil quilos por ano, além de outros 5
milhões de toneladas de chumbo, metal usado para a fabricação de projéteis para
fuzis e espingardas. Um relatório português de 1725 dizia que a quantidade de
pólvora estocada em Luanda era tão grande que seria suficiente para garantir a
defesa militar de Angola e de todo o Brasil, e ainda sobraria para outras
necessidades.
A indústria da
morte se aninhou naquela época no solo africano, jogou pobre contra pobre.
Hoje, me entristece escutar pobres encampando discursos armamentistas. Quer
prova incontestável de que se contagiaram pelo medo e ódio? A simples fala já é
um clamor por um mundo mais violento. Quem ganha com isso é o opressor. Me entristece
mais ainda constatar gente da minha cultura caiçara embarcada nessa canoa
furada, passando os próprios pais e irmãos para trás etc. Miséria cultural!
Gente que faz vistas grossas para não admitir a lógica cruel do dividir para
escravizar! A vaca que vai pro brejo é a nossa humanidade. Despencamos dos
caminhos da civilidade para a barbárie. Enquanto os pobres se matam, os ricos
se regozijam em suas realizações e as empresas mortíferas se aperfeiçoam em
suas metas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário