terça-feira, 7 de janeiro de 2020

FESTEJOS

Sertão da Quina e Sapê presentes (Arquivo JRS)

Mestre Pedro no comando  (Arquivo JRS)


         Quem não gosta de festa? Ainda não encontrei ninguém que se recusasse a participar de uma festa autêntica, com pessoas que a gente estima! O nosso povo é festeiro. Tudo se torna motivo para umas danças, umas músicas, uns comes e bebes. Creio que festejar é cimentar relações, fortalecer a vida em coletividade.

         As festas podem ser classificadas de profanas e sagradas, mas não concordo com isto. Na origem, as festas coletivas sempre se direcionavam ao sagrado: deus da colheita, deus da chuva, deus da fertilidade, deus da guerra etc. Naturalmente elas foram dando características aos lugares: em tal lugar se comemora, daqui a pouco, a divindade tal; daqui a quatro luas, vem a festa do abati maduro; agora, está acontecendo a festa do cambuci no alto da serra; afinem os instrumentos porque vem aí a festa de São Sebastião, na Grande do Bonete etc. Festa é festa, né gente?!?

        As festas da religiosidade popular, ao menos no Brasil, serviram para implementar a doutrina católica. As danças e os cantos visavam a exaltar um santo, popularizar um ensinamento bíblico, uma moral religiosa. Os leigos e suas irmandades supriam a carência de sacerdotes, motivavam o sincretismo religioso ao se adaptarem em seus contextos. Por isso, manifestações tais como a Folia de Reis, os Reisados, a Dança de São Gonçalo etc. têm ainda muita força nas classes populares no nosso município e pelo Brasil afora.

         Ontem, no coreto da Matriz, os grupos de cantoria de reis se encontraram para uma importante celebração, como há muito não se via. Só temos a agradecer ao pessoal que organizou esse belo espetáculo. Eu, em particular, me realizei com o meu pessoal do Sertão da Quina e Sapê. Quanta alegria tocar ao lado do Zeco Pedro! Como é bom relembrar as tantas madrugadas passadas em cantorias pelas casas do nosso pessoal! O pequeno grupo (Mané, Zeco Pedro, Antunes e Giovani) que se deslocou uma boa distância para se apresentar com os demais grupos também voltou contente para casa. No fim, eu e Estevan pedalamos ao nosso lar, contentes por rever e escutar o nosso povo cantando essa tradição de séculos. Valeu mesmo!

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