Sertão da Quina e Sapê presentes (Arquivo JRS) |
Mestre Pedro no comando (Arquivo JRS) |
Quem
não gosta de festa? Ainda não encontrei ninguém que se recusasse a
participar de uma festa autêntica, com pessoas que a gente estima! O
nosso povo é festeiro. Tudo se torna motivo para umas danças, umas
músicas, uns comes e bebes. Creio que festejar é cimentar relações,
fortalecer a vida em coletividade.
As
festas podem ser classificadas de profanas e sagradas, mas não
concordo com isto. Na origem, as festas coletivas sempre se
direcionavam ao sagrado: deus da colheita, deus da chuva, deus da
fertilidade, deus da guerra etc. Naturalmente elas foram dando
características aos lugares: em tal lugar se comemora, daqui a
pouco, a divindade tal; daqui a quatro luas, vem a festa do abati
maduro; agora, está acontecendo a festa do cambuci no alto da serra;
afinem os instrumentos porque vem aí a festa de São Sebastião, na
Grande do Bonete etc. Festa é festa, né gente?!?
As
festas da religiosidade popular, ao menos no Brasil, serviram para
implementar a doutrina católica. As danças e os cantos visavam a
exaltar um santo, popularizar um ensinamento bíblico, uma moral
religiosa. Os leigos e suas irmandades supriam a carência de
sacerdotes, motivavam o sincretismo religioso ao se adaptarem em seus
contextos. Por isso, manifestações tais como a Folia de Reis, os
Reisados, a Dança de São Gonçalo etc. têm ainda muita força nas
classes populares no nosso município e pelo Brasil afora.
Ontem,
no coreto da Matriz, os grupos de cantoria de reis se encontraram
para uma importante celebração, como há muito não se via. Só
temos a agradecer ao pessoal que organizou esse belo espetáculo. Eu,
em particular, me realizei com o meu pessoal do Sertão da Quina e
Sapê. Quanta alegria tocar ao lado do Zeco Pedro! Como é bom
relembrar as tantas madrugadas passadas em cantorias pelas casas do
nosso pessoal! O pequeno grupo (Mané, Zeco Pedro, Antunes e
Giovani) que se deslocou uma boa distância para se apresentar com os
demais grupos também voltou contente para casa. No fim, eu e Estevan
pedalamos ao nosso lar, contentes por rever e escutar o nosso povo
cantando essa tradição de séculos. Valeu mesmo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário