Ai que raiva dessa gente invejosa! (Arte Estevan) |
O LIXO QUE VIRA SAÚDE
Luciana Valério Cunha
Após
vinte e três anos, relendo os relatos da 1ª Feira de Educação Ambiental,
consigo relembrar de cada rosto amigo e suas falas demonstrando um empenho em
lançar sementes para uma nova consciência ambiental. Educação é isso! Cada novo
projeto, cada nova turma de alunos é como um novo nascimento. “Com cada novo
nascimento um novo começo nasce no mundo, um novo mundo passa potencialmente a
existir”. (Hannah Arendt)
Após
o Curso de Educação Ambiental ocorrido em janeiro último, elaborei uma
atividade para trabalhar com os meus alunos da EMEI Perequê-Mirim, que estão na
faixa etária entre 6 e 7 anos incompletos. Queria uma atividade que permitisse uma maior integração entre os alunos para
observar a natureza, identificar problemas e buscar possíveis saídas para
solucioná-los, com o objetivo da preservação do meio ambiente. Mas o que
poderiam eles tão pequenos fazer? Particularmente,
gostaria que observassem o processo de reprodução das plantas como elemento
para introduzi-los às questões ambientais. Com a chegada de outra professora,
contei a ela meus planos e tentamos colocá-los em prática.
Relatamos
aos pais o trabalho, e a partir daí, solicitamos aos alunos que trouxessem
mudas e até mesmo adubo (esterco de cavalo), iniciando a montagem de nossa
horta. À parte, montamos uma composteira onde contamos com a ajuda da
merendeira - Tia Nice -, orientando-a
sobre o processo e como seria desenvolvido o trabalho. Recolhemos os restos de
cascas de legumes e comida, montamos a composteira feita de blocos e forrada de
folhas secas e serragem (saímos para buscar). Tudo acompanhado de muita
explicação.
Infelizmente,
alguns acontecimentos nos aborreceram muito: roubaram nossa composteira,
pisaram em nossas hortas e a única coisa que colhemos foi cerca de 50 gramas de
feijão. Os alunos ficaram tristes com o ocorrido, mas assim mesmo tiramos
resultados positivos, fizemos discussões sobre o ocorrido e chegamos à
conclusão de que, apesar dos imprevistos, nossa iniciativa foi válida.
Orientamos
para que explicassem aos pais a atividade que desenvolvemos e que o resultado
poderia ter sido diferente, mas para isso seria necessário um maior
esclarecimento com toda a comunidade.
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