quinta-feira, 17 de abril de 2014

REPENSAR O ESPAÇO MARÍTIMO

Baía de Ubatuba (Arquivo JRS)
                       Relendo um texto já publicado, após ter ouvido alguns comentários na Zona da Rampa, onde me encontro sempre com pescadores e vendedores da diversidade de pescados e frutos do mar, achei por bem republicá-lo na intenção de não deixar de oferecer a mais gente esta reflexão sobre desenvolvimento sustentável a partir do nosso mar.


                Eu pude conhecer a Baía de Ubatuba piscosa, mas de acordo com os mais antigos, ainda “não era nada em comparação com outros tempos, quando não havia traineira arrastando até no quebramar!”. Lembro-me bem dos lances de rede dados por Florindo T. Leite, por Aládio e outros. Ainda era fartura, alimentava muita gente. Enfim, parece que o pessoal, desde aquele tempo (do início dos arrastos mecanizados nas nossas baías), já sabia o que diminui a oferta de pescados. Afinal, a rede de malha miúda pesca tudo, inclusive os filhotes. O que tem de ser feito?

                  a) Optar por uma pesca mais artesanal, ou seja, que deixe o peixe procurar a isca;
                    b) Garantir a proteção dos peixes, sobretudo dos que precisam crescer.
              c) Zelar pela qualidade das águas dos rios que desembocam na Baía de Ubatuba.

                Eis a minha sugestão: fazer da Baía de Ubatuba um espaço de parcéis artificiais para que os frutos do mar se reproduzam e atraiam os peixes para a alimentação e proteção. Quantas carcaças de automóveis vemos abandonadas no município? É certeza que, após um semestre afundadas, as cracas as infestarão e os peixes já estejam em casas novas. E por que não criar um charme para a cidade das canoas, com o mar coalhado delas, praticando a pesca esportiva? E por que não desenvolver a canoagem desde os primeiros anos escolares como uma marca coerente com a tradição natural, gerando futuros campeões na canoagem?

           Nós todos precisamos refletir sobre isso, mas é dever principalmente da Colônia dos Pescadores e daqueles que dependem diretamente da atividade pesqueira e precisam ir cada vez mais longe para trazer uns pescados que, há coisa de quarenta anos, eram devolvidos ao mar porque faziam parte da miuçalha.

                Na verdade, trata-se de repensar o espaço marítimo e os nossos comportamentos para continuar tendo uma natureza exuberante e uma boa qualidade de vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário