sábado, 10 de agosto de 2024

A DEFESA DA PAZ


Flor no chão  - Arquivo JRS

  Ao ler uma crônica de José Saramago, me transportei aos jogos olímpicos que estão acontecendo na França. Nos estádios, piscinas, ringues, campos e por aí vai, estão disputando resultados, buscando medalhas para si e seus países. Diz a História que desde os primórdios, na Grécia Antiga, até as guerras eram temporariamente suspensas para que os povos, as pessoas se confraternizassem nos esportes. Isto continua ocorrendo? É assim ainda hoje? Não! Com jogos ou sem jogos muitas guerras e golpes contra a soberania de povos seguem seus cursos no mundo, sob patrocínio de alguns países ricos que almejam se enriquecer ainda mais. Não importa se isto se dá com a miséria e morte alheia. Para isso essas nações vendem armamentos, emprestam somas altíssimas a juros, acorrentam povos a dívidas eternas. Não deixarão de cobrar.

   Neste  momento de atletas subindo ao pódio em terras francesas, muitas guerras continuam levando povos ao extermínio. Com jogos olímpicos ou sem eles não há trégua aos genocídios planejados/motivados pela ganância. Neste momento, no Brasil, indígenas estão sendo atacados no Mato Grosso, no Paraná e em outras regiões. Querem ocupar o chão que lhes pertencem antes mesmo da existência da nação brasileira. Neste momento, no Brasil de tantas medalhas olímpicas, fazendeiros estão praticando crimes e sendo aplaudidos por muitos. Vão cercando e matando, reproduzindo "Faixas de Gaza" pelo território nacional. Na certa ainda receberão medalhas! É isto: não há trégua olímpica. Vai se matando...Vai se morrendo... Uma questão irônica: matar o último dos povos originários resultará em medalha de ouro? Também resta refletir sobre quem lucra mais com essa lei de armas e munições para todos (incentivada por um líder inominável sob patrocínio de poderosos industriais, banqueiros etc.). Quem perde sempre nós já sabemos!

   Quero finalizar com a mesma utopia do fantástico escritor português: “A paz é possível. A sabedoria do homem há de ser uma sabedoria de paz, não de guerra”. Porém, a realidade ainda é esta: enquanto os estádios vibram com os esforços dos atletas, as iniciativas criminosas, repletas de injustiças, ocupam pensamentos e ações, inclusive entre a minha gente brasileira, todos nós que somos o resultado do caldo cultural dos europeus que avançaram em outras terras buscando riquezas, dos indígenas de Pindorama e dos  filhos da Mãe África.


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