sábado, 28 de setembro de 2019

ANJOS CAIÇARAS

Anjo no jardim (Arquivo JRS)


            Estou convicto que cada pessoa tem um tesouro em sua memória, lembranças guardadas que superam bibliotecas. Não é por acaso que um filósofo africano disse um dia: “Quando morre uma pessoa idosa, é como se tivesse queimado uma imensa biblioteca”. Por isso acho importante registrar, na medida do possível, as lembranças, essas memórias. Ainda bem que o Dito aceitou o desafio! Nós, nativos ou não, agradecemos muito, amigo. E aguardamos a continuação de suas lembranças a respeito dos Pais e Mães do Sertão, caiçaras marcantes para todos nós.

PESSOAS INESQUECÍVEIS OU ANJOS

            Pessoas inesquecíveis, no meu modo de entender, são aquelas que, de certo ponto de vista  - o meu, claro!  -,  foram boas ou nos fizeram bem. Desde que cheguei no Sertão da Quina, há trinta e três anos, entrei na vida de alguns anjos. Estes me receberam de braços (ou asas?) abertos.

            Pena que esse tipo de anjo morra.  Não, não morre não! Vai para junto de Deus, onde, aliás, é o lugar de anjo. Tenho-os vivos, na minha memória, cada um desses anjos, devido ao fato de nunca ter ido nem em velório, nem em enterro de nenhum desses. Nunca me deixei influenciar pelo que me disseram dessas pessoas, porque o que conta é a minha experiência com elas. Os primeiros anjos que me lembro de ter conhecido foram a tia Ditinha e o tio Guido, talvez o casal mais caiçara de todos.

          A tia Ditinha era pessoa cuja bondade ainda não se inventou aparelho capaz de medir. Mãe de cinco filhos, mas nunca deixou de acolher, de vez em quando, nem que fosse só para o almoço ou para a janta e até o café da manhã, já que tinha pousado mesmo. Naquela casa nunca faltou, apesar de não serem pessoas de posses, um café que valia por um almoço. Sempre teve peixe seco, banana da terra, mandioca, cará etc.

         Comecei a conviver com essa família em 1987, ano em que fui trabalhar para o genro destes (tio Guido e tia Ditinha). Foi um ano inteiro de convivência, inesquecível, dessas experiências que só nos ajudam no nosso modo de lidar com as pessoas e de saber que o melhor jeito é ser bom e simples.

        Falar do tio Guido é fácil, porque falar de caiçara é fácil. Às vezes até demais! Caçar, pescar, plantar e trabalhar, nessa ordem. O conhaque no fim da tarde era sagrado no Bruxa, no Belo, no Moisés ou onde quer que fosse, sempre rindo ou fazendo rir.

       Esses eram o tio Guido e a tia Ditinha, anjos que encontrei no Sertão da Quina e entrei em suas vidas. Sorte minha! Tenho saudades, porém eu sei que Deus só me emprestou esses anjos e depois veio buscar!

       Depois eu continuo. (Até porque o que não me faltou foi anjo na minha vida, graças a Deus).

                         Benedito Evangelista Filho (Galo)

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

PARA O NOSSO BOM DIA

Cacho maduro no quintal (Arquivo JRS)


Rosa linda (Arquivo JRS)

Artes da minha Gal (Arquivo JRS)

Artes da minha Gal (Arquivo JRS)
              Tem coisa melhor do que, logo cedo, olhar os frutos dos nossos esforços, do trabalho feito com tanto esmero pela companheira querida?

              Tem coisa melhor em saber que nossa filha e nosso filho estão fazendo seus caminhos na busca da felicidade verdadeira?
  
                Tem coisa melhor que estar vivo e ter mais uma chance de avivar nossos sonhos?

                   Tem coisa melhor do que ter você como amigo, como amiga?

                    Tem coisa melhor em saber que, após um dia intenso, alguém o espera ansiosamente em casa?



quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A GUARDA É NOSSA!

Capitão atento (Arte Lincoln - Arquivo JRS)


               No dia seguinte, após começar a primavera, assim que anoiteceu, eu e a esposa resolvemos ir até o supermercado fazer umas compras. Ao abrir o portão da minha casa, um carro estava estacionado bem em frente ao nosso portão e sobre a calçada. Dupla infração! Até para usar a lixeira estava difícil. “E agora?”. Aguardamos uns quinze minutos para ver se aparecia alguém, buzinamos diversas vezes, mas nada aconteceu. Então liguei para o número 153, para a Guarda Civil Municipal. Fui prontamente atendido: “Vou passar a informação para a inspetoria, eles devem passar por aí logo”. Enquanto isso, eu e a esposa ficávamos mais impacientes ainda. Adentramos à nossa casa para esperar. De repente... “Alguém abriu a porta do carro, Zé. Escutou o barulho? Vamos lá”. O que encontramos? Um casal beirando a nossa idade se preparavam para “escapulir da cena do crime”. Era um Uno 2018, branco.

               Quem imaginaria que gente assim, aparentando larga experiência de vida, agisse de forma irresponsável, sem respeito ao espaço alheio, como se não soubesse das leis de trânsito?!? Eles escutaram pouca coisa de muitas que precisavam ouvir. Se foram. Logo chegou a viatura da nossa guarda municipal. Os agentes escutaram o nosso relato, viram os rastros comprobatórios e o registro fotográfico que fiz. Agora, “em dez dias receberão a notificação”, me garantiram os rapazes. Espero que recebam uma punição exemplar. Porém, é triste ver que mesmo pessoas nem tão jovens assim precisem de punição para aprender.

               Agradeço a ação da nossa Guarda Civil Municipal e oriento para que mais pessoas façam uso do 153. Atos assim não podem ficar impunes! Em tempo: será que o condutor pensou assim: “No Ipiranguinha pode tudo”?

terça-feira, 24 de setembro de 2019

MAIS ARTE EM CASA

Sistema solar da minha Gal (Arquivo JRS)
                               Tesouras, feltros, panos, botões e outros adereços resultam, tudo costurado em plena madrugada, num sistema solar sobre a mesa. Ah! Como se sentirá a criança ao receber tal presente? Parabéns, minha Gal!

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

ARTES EM CASA

Arte da minha Gal (Arquivo JRS)
                     Não tem como deixar de publicar imediatamente este mapa do mundo confeccionado em feltro e pano, com seus animais desenhados, cortados e costurados com muita habilidade e paciência pela minha Gal!  Foram horas de dedicação.  Não está terminado, mas já é madrugada. Conforme escreveu Nietzsche, "temos a arte para não morrer da verdade".

                  Abraços e beijos aos meus artistas!

domingo, 22 de setembro de 2019

MEUS TIOS E MINHAS TIAS

Início da década de 1970 -  Retiro no Sertão -  Casa Emaús   (Arquivo JRS)


               Depois de ter passado quase sessenta anos nesta Terra, neste território caiçara, sou testemunho de muitas histórias da minha gente e de pessoas de outros lugares que aqui chegaram e se tornaram minha gente também. O Dito é um caso desses: nasceu em Santo André (SP), passou pelo distrito de Vargem Grande (Natividade da Serra) e “deu um escorregão na serra” até o Sertão da Quina (Ubatuba). De acordo com ele, “vim com a roupa do corpo, ajudando a trazer umas cabeças de gado até o Sertão, mas o que era para ser coisa de um fim de semana apenas, dura até hoje”. Agora, bem recentemente, eu lhe lancei o desafio de escrever a respeito da sua vivência (aproximadamente 40 anos) entre os caiçaras, convivendo com os Pais e Mães do Sertão (João Rosa, Catarina, Quito, Terezinha, Emídio, Fonfom, Guido etc.). “Ah! Pode deixar! São todos meus tios e minhas tias”. E assim...


               Homenagem aos meus tios e minhas tias

               Homenagear pessoas que nos foram boas é bem tranquilo, se torna mais fácil ainda quando elas já não se encontram entre nós. (Pelo menos visíveis e palpáveis). O motivo é simples: nós só temos ideia do que foram essas pessoas quando as perdemos.

               Falar das pessoas mais velhas do Sertão da Quina é muito prazeroso, pois a bondade dessas pessoas foi e é além do normal. Normal, que eu digo, é porque hoje as pessoas só se preocupam consigo mesmas e/ou com seus parentes próximos. (Coisa que nunca aconteceu comigo em nenhum momento desde aqui cheguei). Só tenho lembranças boas desses senhores e senhoras que me acostumei a chamar de tios e tias. Gente dessa terra que me recebeu como filho da terra, como se fosse um deles. Alguns, quando eu os cumprimentava, a resposta era: ‘Deus te abençoe, meu filho’. E lá ia eu todo contente, pois sabia o quanto era sincero.

               Falar individualmente é muito difícil porque tenho medo de ser injusto. Graças a Deus eles são muitos! Tenho histórias com todos esses meus queridos tios e tias. E todas boas! E são tantas que, se eu puxar pela memória, se tornam temas para um livro. (Quem sabe um dia!). Por enquanto vou falar de todos aqueles que, de alguma forma, me ajudaram a amar esse lugar, e, por que não dizer, essa cidade?!?

               Muitas vezes pensei em ir embora, porém bastava quinze minutos de papo com um desses meus tios e tias, e, pronto, desistia. Recebia conselhos dos mais diversos; hoje eu sei o quanto foram bons. Chego a dizer que alguns salvaram a minha vida. ‘Meu filho, tende paciência, tenha fé que tudo se resolve’. Perdi a conta de quantas vezes ouvi essas palavras. E, o melhor de tudo, é que eles estavam certos cem por cento das vezes.

               Quantas e quantas vezes, meio sem rumo, sem nada para fazer, de repente ouvia o seguinte: ‘Vamos almoçar lá em casa, tem azul-marinho...’. Ou então: ‘Vamos lá tomar café. Tem cará, tem banana da terra, mandioca, batata doce ...’. E tantas outras delícias que só quem conhece sabe o quanto é bom. Por essas ou outras coisas é que eu aceitei escrever essas poucas palavras, insuficientes para expressar minha gratidão por essas pessoas (meus tios e tias) e por essa terra que me adotou.

               Obrigado, Sertão da Quina! Obrigado, Ubatuba! Obrigado por terem me dado meus tios e minhas tias!
                                                                                                                                             Bendito Evangelista Filho (Galo)

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

DÁ O QUE PENSAR





Qual pátria?    (Arquivo JRS)




Passos do jabuti desprezar...

E querer rastro do míssil enxergar.


Acreditar no Deus de amor...

E votar no ditador.


Moradores de rua apedrejar...

E na sociedade protetora dos animais se alistar.


Negar um prato de comida ao irmão...

E ao cachorro desperdiçar milhão em ração.


Lixo e esgoto nos rios jogar...

E depois se refestelar no mar.


É...

Dá o que pensar!

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

PEIXE NO CUMBU

Tio Salomão, tio Salvador e a caçoa (Arquivo JRS)


               Tio Neco, num desses sábados, logo após o café da manhã, começou a relembrar da sua infância na praia do Pulso, onde nasceu, terra de origem da vovó Martinha, a parteira. Essa praia fica no Sul do município, antes da Caçandoca. Alcança-se ela partindo do canto da barra da Maranduba.

               “Naquele tempo, ali, não tinha mais do que dez casas: nós e os nossos parentes. A  nossa moradia ficava no meio da praia, perto da vó Zulmira, depois do jundu. No canto direito morava o tio Basílio, mais para o morro era a casa do tio Zé Cesário. Os demais se espalhavam por ali mesmo. Numa ocasião de trovoada forte, caiu um raio no mato, no caminho para a Caçandoca e incendiou tudo. A nossa sorte foi que o mato estava todo molhado e logo se apagou, deixando apenas um pequeno estrago, queimando bem apenas uma pequena área. Se o mato estivesse seco... o morro todo ardia!

               Eu era criança, faz muito tempo, mas tenho tudo bem vivo na memória! Vejo os caminhos, a gamboa, o bambuzal logo atrás de casa, os ranchos de canoas... Guardo aqui na cabeça muitas histórias e causos que contavam.

               Tia Luzia, a primeira mulher do tio Basílio, morreu cedo, era bem nova ainda. Então, o titio começou a ter um caso com a Izídia. Não tinha nada de errado, afinal ele enviuvara. Só não sei por qual motivo ele não assumiu o namoro. Nem sei como eles se encontravam. Só me recordo que ele tinha uma estratégia para fazer sempre um agrado à namorada. Era assim: ela armava um cumbu no Morro do Canto, quase na costeira. Na madrugada de cada dia, ele saía para visitar o tresmalho, para pescar. Assim que tinha em mãos uns bonitos peixes, ele desembarcava na Costeira do Pão com os pescados de maiores valores, os mais apreciados, e coloca-os no cumbu da Izídia, fechando a porta. Mais tarde, ao visitar a armadilha, ela recolhia num balaio o tão estimado agrado do tio Basílio e voltava feliz para casa. Passava na beira da nossa casa cantarolando. Que lindo, né?”.

domingo, 15 de setembro de 2019

QUE É ISSO?





Artes da minha Gal (Arquivo JRS)


Que é isso?



À margem,

Rabiscando as margens:


Ventou suave,

Movimentou barcos

Rodeados de gaivotas.


Estrelas tomam outra margem,

Cobras linguarudas também.

As folhas se decompõem,

E nas pautas 

Notas se compõem.


Rabiscos ganham as margens:


Arte marginal?




Amanhã é o prazo final para as inscrições nos concursos (poesias, contos, crônicas e teatro) da Fundart.  
Ainda é tempo! Participem!

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

NEGAR INFORMAÇÃO PARA CONTROLAR


Arte da minha Gal (Arquivo JRS)

Espaço nosso (Arquivo JRS)


O filósofo Jean-Jacques Rousseau, há mais de duzentos anos, defendeu que, o povo enquanto  corpo coletivo, é capaz de decidir o que é melhor para o todo social. O povo é que é soberano. Portanto, se um governante não está de acordo com os anseios do povo, é legítimo ser desobedecido. Por isso todos precisam do saber, dos saberes, da Ciência.

          Uma coisa imprescindível para todos, sobretudo aos mais carentes, é a informação. Na verdade, ela está na base de tudo. E, na escola, pela lógica de milênios, é o lugar onde a confiança na informação e formação é maior. Agora, depois de dois infelizes episódios, creio que as pessoas, os cidadãos, devem refletir acerca da legitimidade de certos governantes. Estou me referindo, primeiramente, ao governo do Estado de São Paulo que, agindo talvez motivado pelo interesse nos votos de pessoas religiosas, aquelas de mentes fechadas (conduzidas por falsos pastores), recolheu os livros didáticos do 8º ano do ensino fundamental por conterem uma página, na disciplina de Ciências, informações pedagógicas a respeito de gêneros sexuais. O texto aborda a diversidade sexual e explica diferentes termos como “transgênero”, “homossexual” e “bissexual”. Isso é ruim? Aprender da forma correta, científica, sem sacanagem alguma é errado? Há muito tempo, nos idos de 1970, quando eu estudava na 6ªsérie ginasial, no colégio Capitão Deolindo, o professor Jairzinho, ao nos ensinar sobre o aparelho reprodutor, nos alertou: “Pode ser que algum pai de vocês venha aqui tirar satisfação comigo, sobre isso que estou ensinando. Caso isso aconteça, direi a eles que é melhor vocês aprenderem aqui comigo, na aula, de maneira correta, do que ficar dando atenção a açougueiro de esquina, com um monte de besteiras e cheio de preconceito”. O governador não teve um professor assim! Certamente que ele estudou nas melhores escolas, onde se aprende de tudo e com todos os recursos. “Filho de pobre não precisa de tudo isso”. Talvez nem um representante do Exército, tipo professor Simeão, fosse necessário nas escolas dos ricos.

          O outro fato, ainda mais grave, ocorreu na bienal do livro, no Rio de Janeiro, quando soldados fortemente armados invadiram o espaço das obras e retiraram tudo aquilo que fazia parte do acervo em torno do mesmo tema perseguido pelo governo paulista. Pode isso? Como se espera diminuir a violência, o preconceito e até mesmo os suicídios tratando a educação assim, ou seja, negando aos alunos as informações e novas possibilidades reflexivas para uma verdadeira civilidade, deixando que suas únicas guias sejam mentes preconceituosas, violentas contra as diversas minorias, sem nenhuma empatia por tantas situações de sofrimentos da nossa gente? O pior é escutar no ambiente escolar alguém dizer que essas medidas estão corretas, que "é preciso arrancar o câncer pela raiz".

sábado, 7 de setembro de 2019

BRASIL DOENTE

Mural  na Cocanha (Arquivo JRS)


               Cheguei cedo, como é costume, para trabalhar. Estando quase na frente da creche, vejo um ajuntamento de gente e paro porque a minha colega, que também vem de longe, está discutindo com alguém. É uma das mães; naquele momento elas estão buscando as crianças (por volta de três ou quatro anos, se não estou ruim de cálculo) no final do período. A Nice, especialista em educação especial, argumenta sem se exaltar, mas a outra está enfurecida, xingando horrores. Entro na discussão, ou melhor, tiro a minha amiga, pois é inútil perder tempo com determinadas situações, sobretudo quando temos ainda um período de trabalho pela frente que exige muita paciência (lidar com os filhos dos outros não é fácil!). Saímos dali deixando a mulher quase espumando. Lembrei-me das palavras do professor Karnal: “Todo violento é um covarde”. E, sentados mais adiante, sob um ipê todo rosado, já jogando suas pétalas nos passantes, exigi: “Me conta”. E ela, ainda soluçando: “É o seguinte: eu estava passando por ali quando escutei a mãe perguntar assim para a criança, que parecia ter uns três anos: ‘O que a vagabunda da sua professora ensinou hoje?’. Eu não me contive, não quis acreditar que tinha ouvido aquilo. Parei e quis que ela me ouvisse, afinal, há quinze anos sou professora de crianças, de adolescentes bem especiais. E ela já foi xingando, nem deu bola para o que eu falei. Baixaria, Zé. Foi isso”.

               Tristeza, né? Conforme o já citado professor, que em outros tempos, após o período das aulas, ao anoitecer, ainda se dispunha a tirar do piano suaves melodias para nós: 

      “Professor é o ser da trincheira, sobretudo do ensino fundamental. Esse professor é um herói. Se o Brasil continua existindo, é porque ele existe. Sem essa frente de trabalho que é o professor, o país se desintegra. Apesar dos péssimos índices que temos hoje, as coisas só não estão piores porque os professores não ‘jogaram a toalha’. Como estimular alguém numa trincheira? Eu sei que é quase insuportável. É muito difícil. É um milagre alguém trabalhar nas condições que temos hoje na educação”. 

            Mas eu, amiga Nice, sei da sua força que se junta à minha e a de tantos.  Essas forças, elas são libertadoras. Creio que só a educação liberta! Infelizmente, conforme atesta a mãe sem educação, que vai conduzindo a criança pelo mesmo caminho, este país despreza a educação. Com gente assim, o que será do espaço ubatubense, da nossa sociedade? O que será do Brasil?

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

AMANHÃ... INDEPENDÊNCIA

Arte na passagem (Arquivo JRS)

Cadê o Sol da liberdade? (Arquivo JRS)

               Contam os historiadores que, em meados de agosto de 1822, dom Pedro, o príncipe regente do Brasil, morador da cidade do Rio de Janeiro,  resolveu visitar a província de São Paulo. Após sua partida, chegaram ordens de Portugal para que ele obedecesse novas determinações administrativas, senão... seria levado à força para a sua terra natal, perto do mar dos bacalhaus.

               Essas ordens o alcançaram perto do riacho Ipiranga, quase chegando na cidade de São Paulo. (Hoje faz parte do centro da cidade!). Era o dia sete de setembro. Ele, seguindo determinação da esposa regente, (mas isto a história não resgata), anunciou a independência do Brasil. Por isso o hino nacional começa com o “ouviram do Ipiranga as margens plácidas”.

               Antes da independência e depois dela, muitas revoltas aconteceram. E elas continuam acontecendo porque fazem parte de um conjunto de manifestações a favor de um país mais justo, de mais liberdade, onde todos se realizem o mais plenamente possível, sem dominação de uma elite, de ditadores ou de outras nações. São ações imprescindíveis, para que, “de um povo heroico brado retumbante” se escute, apareça “o Sol da liberdade, em raios fúlgidos” e brilhe radiante no céu sombrio da Pátria neste instante, dando-nos novas esperanças.

               Amanhã... Independência!



               

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

EM TERRAS BAIXAS

Arte da minha Gal (Arquivo JRS)
                   






                      Adoro passear! 

                    Conforme uma pessoa famosa, "o melhor caminho é aquele encontrado junto com alguém". E é mesmo!

                    No final de semana que passou, eu e Gal nos juntamos a um grupo de gente boa e fomos visitar Holambra, a terra das flores. Adoramos o lugar fundado por colonos holandeses na metade do século passado. Eu, por ser fanático por plantas, sou suspeito em falar disso.

                    Começamos o dia com uma viagem de trem - Maria Fumaça - partindo de Inhumas e chegando em Jaguariúna, na linha Mogiana, a ferrovia do café. Outro percurso em ônibus nos deixou em Holambra (Holanda - América - Brasil), onde nossas vistas se extasiaram com os espetáculos, os arranjos florais, os projetos paisagísticos, o museu etc. Ah! "Tudo vale a pena se a alma não é pequena".