Janaína, ao lado de quem veste rosa (Arquivo Rê) |
Ilustração da Janaína (Arquivo Rê) |
Na última parte do Livro da
Janaína, a escritora do Saco do Sombrio, aparecem denúncias sérias: desde
os turistas que se apropriaram da área rente ao mar, inibindo o acesso do pescador ao seu local de trabalho, de onde tira a sua subsistência, até a sujeira deixada pelos
petroleiros no mar, afetando seriamente os pobres caiçaras. O cultivo de
mexilhão aparece como uma alternativa ao pescador ameaçado em sua
sobrevivência. Agora, quem se interessará por procurar a Janaína e dá-la a
chance de publicar o seu livro? Vamos torcer, né Rê?!?
Hoje
a terra é dos de fora;
Para
se alcançar o mar,
O
pescador que se aguente
De
passar pelas casas de gente
Que
nem morar nelas mora
Ou
então tem de ir embora.
Mas
a gente tem o mar.
Ah!
Isso ninguém vai nos tirar.
Nasci
e vivi no mar,
É
assim que vou me acabar.
Mas
o mar está mudando,
O
peixes está se acabando.
E,
devido à estragação
Que
certas embarcações
Fazem
aí por fora,
O
peixe acaba ou vai-se embora.
E
o petróleo também
Acaba
com tudo o que tem.
A
pesca está para morrer.
O
que se pode fazer
Para
salvar o mar
E
o peixe não acabar?
Tem
pescador aqui perto
Que
já sabe o jeito certo
De
cultivar o mexilhão,
Pois
com essa criação
A
cada 9 ou 10 meses
Tira-se
grande quantidade
E
pescador mais dinheiro
Pode
tirar de verdade.
Temporada
de verão
E
também de mexilhão
Lá
vai o pescador
Tirar
um dinheirão.
Janaína - Saco do Sombrio,1994
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