Na presente parte, entenderemos outros fatores que forçam o Sr. Igawa a deixar a atividade ligada à pesca. O legal disso tudo é que seus empreendimentos uniram pessoas, trouxeram gente boa para habitar aqui, dando sua contribuição à civilidade ubatubense.
Novo empreendimento:
Com a melhora nas finanças investe na
área de turismo pois tem um terreno até então ocioso cujo IPTU absorve parte do
lucro da salga. Em 1984 é inaugurado o Itaguá Camping.
Nova crise:
Novamente não há matéria prima para
trabalhar, agora bem mais grave. Junto a várias outras razões, o derramamento
de óleo por duas vezes em S. Sebastião acarreta o sumiço dos cardumes de peixes, além das sardinhas, carapaus, peixes-galos, porquinhos, espadas, e, das
pedras enegrecidas pelo óleo, sumiram as anêmonas, pepinos-do-mar,
lesmas-do-mar, sapinhauás. Pela falta de perspectivas, são vendidos os dois
barcos. A salga encerra suas atividades
em 1992. Um tempo depois, em
1994, a fábrica de gelo é fechada.
Dos funcionários:
Muitos funcionários passaram a
trabalhar no camping, foi uma situação de adaptação. Porém como dizia o Sr.
Altivo ( que aposentou-se pelo camping e desde que saiu do alojamento foi morar
em casa própria na Estufa ), era “trabalho mais leve” e acabaram por se
aposentar por lá. O Dito, trabalhador desde o começo da salga, hoje é
aposentado, mora em casa própria no
Ipiranguinha, continua na labuta com
horário diferenciado. Já o Emídio (também desde o início da salga), aposentou-se e ficou morando em casa da
empresa até sua morte há alguns anos atrás . Lilo, gerente do camping, quando
adolescente foi auxiliar de escritório da salga. E outros vários funcionários e
suas famílias saíram das moradias da empresa para sua casa própria.
Outras histórias:
Sr. Irineu Stoppa mudou-se de Ubatuba com os filhos adolescentes. Foi para
São Paulo em 1976, mas continuou na empresa assessorando a parte de contadoria e administração do
camping durante as temporadas até o ano de 1998. Voltou para sua terra natal,
Lençóis Paulista.
Sr. Jorge Todan, construtor, veio do Paraná com a
família; por aqui ficou e hoje um de seus descendentes Sr. Flávio Todan tem
empresa de mecânica de carros em Ubatuba.
Cláudio, do setor de gelo, vindo de
Catuçaba, morava no alojamento; cortava os cabelos de outros rapazes na época.
Hoje tem seu salão de barbearia na Hans Staden, próximo ao calçadão.
Na salga trabalhavam muitas
mulheres, casadas e solteiras, e na fábrica de gelo muitos rapazes, vindos de
fora ou não. Algumas crianças da vizinhança
montavam caixetas de madeira quando era necessário. A Jaci era casada com o
Preto e mãe de 3 adolescentes. Depois se apaixonou pelo Donizetti (do gelo), estão juntos até hoje e tiveram dois filhos.
Sr. Miúra deixou a salga e a
moradia com a família em 1976 e foi trabalhar na lavoura no Rio Escuro. Vendia
seus produtos na feirinha de Ubatuba com
a ajuda dos 6 filhos, hoje todos engenheiros, sendo que um deles é formado no
Ita (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) .
Dona Júlia era da salga; seu Valter
seu marido, motorista da empresa. Morou uns tempos no alojamento depois de
viúva, aposentou-se mas continuou por um bom tempo ajudando na lida das três
netas do Sr. Igawa. Hoje com 87 anos, 4 filhos, um tanto de netos e 13
bisnetos, mora com o filho Ricardo na Estufa 2.
De Santa Mariana, no Paraná, veio
um casal que ficou pouco tempo, mas o tempo necessário para que Marina viesse visitar a irmã nas
férias; acabou se relacionando com um dos filhos do Makiyama, por aqui
ficou e se tornou mesmo uma cidadã ubatubense , foi professora , vereadora e
nos últimos tempos de sua vida cuidava em fazer jardins pela cidade.
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