Cará-moela e outros produtos do meu quintal (Arquivo JRS) |
Indaiá: o maior coco das nossas matas (Arquivo JRS) |
Esta
exclamação bem ao modo do Tio Dito Félix, além de um sonho nesta madrugada,
onde aparecia a Costeira do Cambiá, na Praia da Fortaleza, me fez recordar de
atividades que até muitos dos mais velhos nem se lembram mais. Um exemplo é a
coleta de limo na costeira, tão comum até a década de 1970, por encomenda de
compradores japoneses. “Ah! Quantas vezes não vi o Tio Maneco Armiro juntando
daquele limo nas pedras do Canto do Cambiá!?!”.
Conversando
com o Tio Neco (que agora está muito enfermo, no hospital de São Sebastião) a
respeito desse trabalho, ele completou:
“Assim
que abriu a estrada [1953 – Caraguá-Ubatuba], apareceram os japoneses para
comprar limo. Os caiçaras recolhiam nas costeiras, traziam para casa, punham
para secar durante três dias num jirau de pindoba, de onde saía um cheiro muito
gostoso. O seu avô [Estevan], o seu pai [Leovigildo] e o seu tio Chico faziam
esse serviço. Num dia marcado vinha o japonês e comprava tudo. Era um dinheiro
a mais para comprar as coisas que a gente precisava e não tinha”.
A coleta do coco indaiá para fazer paçoca e tomar com café era outra atividade da nossa rotina, em meados do ano, quando estava seco e se desprendia dos cachos. Foi o que fiz na semana passada. E o que dizer da safra de cará-moela que agora me farta?
“Puta
que lamparina! Nem parece que faz tanto tempo esse nosso viver!”.
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