sexta-feira, 4 de outubro de 2024

GERAÇÃO E CULTURA

 

Tio João  e filha - Arquivo Marlene

Caiçarinhas - Arquivo Trindadeiros

Longe, um piado diferente.

Não, não era de cobra!

Piado fora de tempo, mas de passarinho.

“É aviso, minha gente. Coisa boa não há de ser”.

“Bobagem vossa. Não sabeis que é urutau?”.

“Ah, bom! Então vamos em frente”.

Tio João nos guiava,

Pés miúdos no morro da Fortaleza.

"Vamos chegar na Pedra da Igreja".

De qualquer roça a gente a via.

Pelos caminhos os cheiros:

Sassafrás, ciosa, tarumã...

Tempo que voa.

De volta, já em casa,

A ordem da mamãe:

“Agora banho, tirar esse cheiro de capim melado”.

E logo, economizando no sabonete,

Eu aparecia com cheiro de menino novo.

 

Quem teve essa vida de criança?

Quem viveu assim a infância?

 

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