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Arte do Gallo em Caraguatatuba - Arquivo JRS |
“Firmino sabia que precisava ter paciência com aquelas obras da prefeitura, que prometia uma cidade limpa e arrumada”. Desde criança somos acostumados a escutar que precisamos ter paciência quando os poderes públicos (municipal, estadual ou federal) - sustentados pelos trabalhadores ! - parecem estar inertes, fazendo coisas que nem parecem importantes ou até mesmo prejudicando quem já é tão prejudicado no dia a dia. Muitos desabafam nos comentários quase sempre descomprometidos, outros procuram um jeito de se encaixar no esquema de mamatas que recheiam os espaços dos poderes públicos. A maioria apenas sofre as consequências dos descasos, dos abusos que fazem com a sua contribuição (impostos, tributos etc.). Firmino se perguntava: “Fazer o quê?”.
Em qualquer terreno que está sem uma vizinhança atenta vemos lixo, entulhos, móveis velhos etc. deixados na maior tranquilidade, enfeiando e atraindo animais indesejáveis. Não tem uma secretaria municipal para ver isto? Carros velhos são abandonados rente das calçadas, impedindo até a varrição. Cadê o pessoal que cuida do trânsito em nossa cidade? A guarda municipal não pode intervir (notificar, multar, guinchar...)? Na entrada de um conjunto residencial na beira da rodovia, no bairro onde passo pedalando sempre, no lugar que era tudo gramado por ocasião da inauguração, agora tem ferro velho se acumulando, dando um mostra muito negativa do urbanismo em nossa cidade. São alguns exemplos, mas muitos outros não faltam.
No mês passado, minha mana desabafou: “Fui no posto de saúde, tomei vacinas contra a gripe e covid. Sabe que eu fui atendida por funcionárias terceirizadas? Por quê não chamam o pessoal que passou no concurso? É injusto isto!”. Eu respondi: “Parece que não desejam arrumar a cidade como deve ser arrumada, né? Como vimos em outras épocas, dá-se um jeito para contemplar uns poucos em detrimento de outros. Pior é isso que deixa trabalhadores mais fragilizados, se submetendo às tramoias da terceirização. Quem pode ajudar a arrumar, de fato, são os vereadores, a promotoria pública, a sociedade civil organizada, a gente exercendo a cidadania, desejando uma gestão eficiente e humanizada em todos os aspectos”.