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Uma rosa foi cortada - Arquivo JRS |
Eu me detenho e tiro minhas conclusões após ler determinados comentários, sobretudo femininos, no dia da morte horrível da minha estimada Camila, colega de profissão que tão arduamente conseguiu se formar e trabalhar junto comigo, no bairro das nossas habitações, onde ela nasceu.
Algumas mulheres são favoráveis aos projetos da extrema direita, estão defendendo projetos de uma sociedade patriarcal pronta para violentar, matar as mulheres e outras minorias sociais tão fragilizadas.
Essas mulheres também querem o fim da lei Maria da Penha, admitem que ter uma filha é uma “fraquejada”, estão de acordo que homossexuais devem ser perseguidos, que os povos indígenas não merecem terras, que os dependentes químicos precisam ser castrados, mortos etc.
São essas mulheres que concordam que os negros são inferiores e sempre suspeitos em qualquer lugar.
Essas mulheres, algumas mães desde já, torcem pelo fim dos direitos trabalhistas conquistados pelos trabalhadores organizados em sindicatos ao longo de séculos.
É isto mesmo que estou entendendo mediante alguns comentários de mulheres que parecem não se importar com mais uma companheira barbaramente morta, querendo passar pano para a extrema direita, votando em gente que tem esses pontos programáticos e são contra os Direitos Humanos? Mulheres com essa mentalidade direcionarão crianças em qual direção, a qual modelo de sociedade?
Se sou o que sou, devo muito às mulheres que fizeram parte da minha vida, que estão ao meu lado sempre (a minha irmã, a minha filha e a minha esposa querida). Camila fez parte da minha existência, labutamos juntos em salas de aulas, planejamos atividades, discutimos problemas da escola etc. Meus sentimentos aos familiares dela. Forte abraço. Basta de violência!