Nossas matas - Arquivo JRS |
Nossas matas têm mais vidas do que a gente possa imaginar. A todo momento, estando caminhando por dentro dela, descobrimos coisas inéditas, seres impressionantes, fenômenos que aguçam a nossa curiosidade e nos impulsionam a querer saber mais e mais. Tempos atrás, numa cachoeira quase beirando o mil metros de altitude da Serra do Mar, encontrei um caranguejo amarelo que nem sei se está catalogado pelos estudiosos. Agora, na semana passada, correndo pelo cisco numa poça d'água, avistei um bicho parecido um escorpião. Dei um jeito de recolhê-lo com uma vareta para ver mais de perto. Não era escorpião, pois não tinha aquela cauda característica, própria para picar e inocular veneno. Seu corpo terminava com um simples rabinho. Pena que eu não estava equipado para fazer um registro. fotográfico. Conversando com o Zé Rodrigues a respeito disso, ele me contou mais coisas impressionantes dessa vegetação que nos rodeia. Um dia irei registrar uma trilha com ele, contarei mais novidades desse homem que foi criado vivendo mais tempo no mato do que entre as pessoas.
Foi o próprio Zé Rodrigues quem me falou de pessoas que se perderam por essas matas. Algumas dessas eu conheci. Neste momento me vem à mente o caso do Tininho que foi achado depois de longas semanas. Estava morto, entre as enormes árvores, em plena serra. Parece que saiu para descansar de tudo, no ambiente que sempre fez parte da sua rotina. Ele dizia que sua família eram os bichos que encontrava nas andanças. Ouvindo falar de um desaparecimento recente nessa maravilhosa mata que nos rodeia, perguntei ao Zé: "A onça não pode ter devorado o homem?". Prontamente ele respondeu: "Isso não aconteceu não senhor. Se tivesse comido, ela passaria aqui no rancho para me contar, me daria satisfação do seu feito". Caí na risada.
Você estava conversando com um tio Iauareté, Ze! Rsrs!
ResponderExcluirOlá, Jorge. Sabe que eu nem pensei nisso? Achei o máximo aquela resposta imediata. Abraços nossos.
Excluir