Antigamente, morando entre a roça e o mar, a vida era mais fácil de ser levada. Depois, as coisas foram mudando: as crianças precisavam estudar para enfrentar outro mundo, onde as técnicas tradicionais pouco valiam. Por isso nossos pais se preocuparam em estar mais perto dos recursos, dos livros e da escola. Onde morávamos já não tinha como continuar a instrução das crianças. As mudanças para se aproximar da cidade se tornaram inevitáveis.
A leitura foi o grande diferencial em nossa casa. Começamos pelos gibis do Topo Gigio, da Bolota, do Zé Carioca. Lemos as fotonovelas encantadoras. Depois vieram os autores clássicos e os modernos. Muito aprendemos naquelas horas sob luz quase sempre deficiente, fraca. Na claridade do dia, líamos estendidos pelas esteiras de taboa.
Passou o ginásio, passou o colegial, veio a faculdade. No ponto de sairmos de Ubatuba para estudar na capital paulista, mamãe aceitou. Porém, na primeira carta enviada escreveu: “Infelizmente eu não posso criar vocês sempre em volta de mim, tal como uma galinha cria os pintinhos. Sejam felizes nos estudos e no trabalho. Tenham sempre muito juízo”. Como era preocupada a dona Laurentina!
A filharada foi se casando. Vieram as novas crianças. Cresceram no mesmo ritmo de leitura e estudo. A nossa sala de leitura a cada período de férias sempre encanta: cada um se espalha por onde quer. Se debruçam nas obras. Parada obrigatória só para lanche. Depois ainda emprestam livros para continuar a leitura em suas casas.
A cidade de Ubatuba ficou pequena. Mônica foi para a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Joseana também foi para a USP, mas em São Carlos, para cursar Física. Depois foi a vez da Paula entrar no curso de Nutrição (USP -SP) e da Carla ir para a distante Ilha Solteira estudar Engenharia Civil na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Agora, chegou a vez do Victor. Foi aprovado para o curso de Arquitetura na FAU (USP). Parabéns a eles!
Logo chega a vez da Maria Eugênia, do Estevan, do Régis. Depois despontará a Gabriela, o Pedrinho e quem mais vier. Se estivesse viva, a dona Laurentina sempre aproveitaria a ocasião para recomendar: “Vê se telefona para as crianças; pergunta se não precisam de nada, se tá tudo bem...”
Logo chega a vez da Maria Eugênia, do Estevan, do Régis. Depois despontará a Gabriela, o Pedrinho e quem mais vier. Se estivesse viva, a dona Laurentina sempre aproveitaria a ocasião para recomendar: “Vê se telefona para as crianças; pergunta se não precisam de nada, se tá tudo bem...”
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